terça-feira, 31 de maio de 2011

Casos de Acidente Vascular Cerebral aumentam entre a população jovem

O Acidente Vascular Cerebral (popularmente conhecido como derrame cerebral), doença até pouco tempo atrás associada a pessoas com idade mais avançada, vem ocorrendo cada vez mais em jovens. Segundo o Datasus (banco de dados do Ministério da Saúde), entre 1998 e 2007, houve crescimento de 64% nas internações por AVC entre homens, e de 41% entre mulheres na faixa de 15 a 34 anos, sendo a maioria casos AVC isquêmico. Tal aumento deve-se ao menor controle dos fatores de risco e ao estilo de vida dessas pessoas.
O AVC caracteriza-se por diminuição na função neurológica devido a uma interrupção no suprimento de sangue ao cérebro e, consequentemente, de oxigênio e nutrientes, o que pode levar a morte das células afetadas ou a lesões. Ele é classificado em dois tipos:
    - Isquêmico: provocado por obstrução de uma ou mais artérias por ateromas (placas compostas especialmente de lipídios e tecido fibroso, que se formam na parede dos vasos), trombose (trombo ou coágulo sanguíneo) ou embolia (fragmento que se destacou de um trombo formado em outro local e foi levado para o cérebro através do sangue). Os sintomas são: Perda repentina da força muscular, da visão, dificuldade de comunicação oral, tonturas, formigamento no corpo e alterações da memória;

    - Hemorrágico: sangramento cerebral provocado pelo rompimento de um vaso sangüíneo, em virtude de hipertensão arterial, problemas na coagulação do sangue ou traumatismos. Os sintomas são: dor de cabeça, edema cerebral, aumento da pressão intracraniana, náuseas e vômitos.

O aumento do número de casos de AVC em jovens deve-se à negligência aos fatores de risco, muitas vezes devido à vida agitada dos grandes centros urbanos, competitiva, estressante e que carece de hábitos saudáveis. Tais fatores de risco são:
- Hipertensão arterial: pode provocar o rompimento de um vaso sanguíneo, causando AVC hemorrágico;
- Colesterol elevado: na verdade, é a concentração elevada de LDL (lipoproteína de baixa densidade, o “colesterol ruim”), pois ele pode se depositar nas paredes internas das artérias e ser fagocitado por macrófagos, que se acumulam na região. Isso leva ao seu endurecimento da parede vascular e à formação de placas arteriais, que bloqueiam os vasos sanguíneos, provocando aterosclerose (obstrução da artéria) e, consequentemente, AVC;
- Tabagismo;
- Diabetes: acelera a aterosclerose, devido à glicosilação e oxidação de LDL, que se acumula nas paredes vasculares, gerando, como já foi dito, acúmulo de macrófagos;
- Histórico familiar;
- Ingestão de álcool: o consumo excessivo de álcool aumenta a pressão arterial, a agregação plaquetária, endurece as artérias e enrijece o músculo cardíaco, o que eleva o risco de infarto e de derrame. Entretanto, o consumo moderado de álcool parece ter, a longo prazo, um efeito protetor contra AVC, porque diminui a capacidade de coagulação das plaquetas e aumenta a flexibilidade dos vasos sanguíneos;

- Sedentarismo: pede levar a obesidade;

- Obesidade: risco de aterosclerose;

- Estresse: relacionado a casos de AVC isquêmico, por razões ainda não muito claras;


- Consumo de drogas: A cocaína, por exemplo, causa constrição vascular e inibe o seu relaxamento, causa arritmias cardíacas e acelera o ritmo cardíaco, podendo levar à formação de coágulos;
- Dieta com poucas fibras e verduras e muito sal.


Postado por: Amanda de Oliveira







domingo, 29 de maio de 2011

Hipertensão afeta 30 milhões de brasileiros e quase a metade não sabe que tem doença

   O nossa blog tem como principal objetivo trazer informações da hipertensão para quem lê. Há dados que quase a metade dos hipertensos brasileiros não sabem que são portadores da tal doença - " A doença, que no início não apresenta sintomas, afeta 30 milhões de brasileiros, segundo o Ministério da Saúde. Destes, 12 milhões não sabem que têm a doença e correm um risco maior de ter outros distúrbios perigosos, entre eles infartos e derrames. A SBC estima que apenas 10% das pessoas com pressão alta faz regularmente acompanhamento médico e segue suas orientações." É o que diz o site da Sociedade Brasileira de Hipertensão.
    Alguns fatores aumentam as chances de um indivíduo desenvolver hipertensão e parte deles pode ser evitada.Uma alimentação não balanceada, especialmente carregada de sal, pode levar ao quadro hipertensivo. O consumo de bebida alcoólica, o sedentarismo e a obesidade também estimulam a doença.O Ministério da Saúde acrescenta ainda à lista de fatores de risco: diabetes, histórico de hipertensão na família e ser da raça negra.O órgão avisa que, depois dos 55 anos, 90% dos indivíduos correm o risco de desenvolver hipertensão, mesmo que tenham tido pressão normal até então. Alguns sintomas que podem ajudar no diagnóstico da doença são dores de cabeça, cansaço, tonturas e sangramentos do nariz. Porém, a única forma segura de identificar a hipertensão é checar regularmente a pressão arterial.
    A falta de informação também coloca em risco nossas crianças, o que era considerada uma doença de adulto, começa a ganhar contornos preocupantes na população mais jovem. Dos cerca de 30 milhões de brasileiros hipertensos, uma alarmante cifra de 19% abrange crianças, adolescentes e adultos jovens (abaixo de 34 anos). E .quanto mais cedo a hipertensão se desenvolve, mais tempo a pessoa fica exposta às alterações no organismo, tornando-se propensa a complicações em órgãos como rins, cérebro e coração, além de vasos sanguíneos, declarou a Dra. Andrea Araujo Brandão, Professora Adjunta de Cardiologia da UERJ e membro do Conselho de Administração da SBH, ao jornal Meia Hora, de São Paulo.
  Para ajudar a esclarecer, a Sociedade Brasileira de Cardiologia montou a campanha Eu sou 12 por 8, a qual visa trazer informações a toda população e alertar desse mal silencioso.
http://www.eusou12por8.com.br/  lá estão formas mais claras e simples para esclarecer toda a população.

Fonte: http://www.sbh.org.br/medica/revistas-2010.asp; 
http://www.eusou12por8.com.br/


Postado por Teresa Tristão


quinta-feira, 26 de maio de 2011

Alguns dados Estatísticos

   Pesquisa do Ministério da Saúde mostra que a proporção de brasileiros diagnosticados com hipertensão arterial aumentou nos últimos cinco anos, passando de 21,6%, em 2006, para 23,3%, em 2010. Em relação ao ano passado, no entanto, o levantamento aponta recuo de 1,1 ponto percentual – em 2009, a proporção foi de 24,4%.
   Os dados fazem parte da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). O Vigitel é realizado anualmente, desde 2006, pelo Ministério da Saúde, em parceria com o Núcleo de Pesquisa em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (NUPENS/USP). Em 2010, foram entrevistados 54.339 adultos, nas 26 capitais e no DF.
   De acordo com a pesquisa, o diagnóstico de hipertensão é maior em mulheres (25,5%) do que em homens (20,7%). “Nos dois sexos, no entanto, o diagnóstico de hipertensão arterial se torna mais comum com a idade, alcançando cerca de 8% dos indivíduos entre os 18 e os 24 anos de idade e mais de 50% na faixa etária de 55 anos ou mais de idade”, explica o Secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa.
   O aumento se deve ao maior acesso da população ao diagnóstico na atenção primária de saúde. E as mulheres procuram mais o diagnóstico na atenção básica, daí uma prevalência mais significativa entre elas.
   O estudo aponta que a associação inversa entre nível de escolaridade e diagnóstico é mais marcada na população feminina: enquanto 34,8% das mulheres com até oito anos de escolaridade referem diagnóstico de hipertensão arterial, a mesma condição é observada em apenas 13,5% das mulheres com doze ou mais anos de escolaridade.
   A variação entre as capitais é de 13,8%, em Palmas, a 29,2%, no Rio de Janeiro. Nos homens, as maiores frequências foram observadas no Distrito Federal (28,8%), Belo Horizonte (25,1%), e Recife (23,6%); e as menores, em Palmas (14,3%), Boa Vista (14,6%) e Manaus (15,3%).
   Entre mulheres, os maiores percentuais foram no Rio de Janeiro (33,9%), Porto Alegre (29,5%) e João Pessoa (28,7%); e os menores, em Palmas (13,2%), Belém (17,4%) e Distrito Federal (18,1%).
Fonte: Ministério da Saúde


Daniele Barreto de Lima

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Sexo e Hipertensão?!

      Vamos falar sobre sexo?
      O vídeo a seguir aborda a relação entre sexo e boa saúde, bem como o benefício que essa atividade pode proporcionar quanto a quadros hipertensos.


       Divirta-se! 



Post realizado por: Tainá Vieira Nilson.  

Adendo sobre estudo citado anteriormente, o HOPE

         Estudo HOPE (Heart Outcomes PreventionEvaluation): resultados e implicações clínicas da utilização de ramipril e vitamina E na prevenção de eventos cardiovasculares em pacientes de alto risco.
        O Estudo HOPE avaliou os efeitos do ramipril e da vitamina E isolados e associados, na prevenção de eventos isquêmicos, em pacientes de alto risco.
        O planejamento do estudo foi randomizado (amostra de população aleatória), duplo-cego (nem o examinado, objeto de estudo, nem o examinador sabe o que está sendo utilizado como variável em um dado momento), placebo-controlado, com validação central independente dos eventos e com poder estatístico adequado para detectar mesmo uma diferença de 13,5% em eventos isquêmicos.
        O objetivo primário foi a redução do desfecho clínico combinado de óbito cardiovascular, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral. Os critérios de inclusão envolviam idade acima de 55 anos, história de doença arterial coronária, acidente vascular cerebral, doença vascular periférica ou diabetes com um fator de risco adicional (hipertensão, hipercolesterolemia, tabagismo ou microalbuminúria documentada), enquanto a dose alvo de ramipril foi de 10 mg/dia e de vitamina E de 400 UI/dia. Por fim, o seguimento médio foi de 4 anos e meio.
         
         Resultados
         
         Ramipril, inibidor da ECA: 9.297 pacientes foram randomizados para ramipril ou placebo, sendo a aderência à medicação de 78,8% e cerca de 65% dos pacientes estavam utilizando a dose de 10 mg/dia de ramipril, durante a última visita de seguimento. Confirmando a característica de alto risco da população incluída no estudo, 80% tinha doença arterial coronária, 11% acidente vascular cerebral, 38% diabetes e 66% hipercolesterolemia.
         A taxa de eventos combinados (óbito cardiovascular ou infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral), no grupo ramipril, foi de 14% e no grupo-placebo de 17,8% (redução relativa de risco de 22%). Houve redução significativade infarto do miocárdio (20%), de acidente vascular (32%) e de óbito cardiovascular (26%), isoladamente.
        Vitamina E, composto orgânico lipossolúvel: 9.541 pacientes foramrandomizados para vitamina E ou placebo, sendo a aderência à medicaçãode 89,2% durante a última visita deseguimento. O perfil de risco era similar àquele descrito para o ramipril. A taxa de eventos combinados (óbito cardiovascular ou infarto do miocário ou acidente vascular cerebral), no grupo vitamina E, foi de 16,2% e no grupo-placebo de 15,5%. Mesmo quando se analisou o efeito da vitamina E sobre os eventos isoladamente, não houve benefício, não havendo, portanto, nenhum benefício da utilização de vitamina E na redução de eventos isquêmicos.
        Implicações clínicas: os resultados do Estudo HOPE demonstram que a utilização de ramipril, em uma população de alto risco para eventos cardiovasculares, é benéfica, permitindo uma redução significativa e clinicamente relevante de eventos clínicos isquêmicos, tais como, óbito cardiovascular, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral. Apenas uma pequena parte do benefício com o ramipril poderia ser atribuída à redução em pressão arterial, pois houve uma redução de apenas 3 mmHg na pressão arterial sistólica e 2 mmHg na diastólica durante o período de seguimento do estudo. Portanto, outros mecanismos adicionais devem estar implicados no benefício do ramipril neste estudo.
         A tradução clínica deste benefício é de que o tratamento de mil pacientes com ramipril durante 4 anos, previne cerca de 150 eventos em aproximadamente 70 pacientes. Se 25% dos pacientes com doença cardiovascular, em países em desenvolvimento, e 50% em países desenvolvidos, recebessem ramipril objetivando a prevenção secundária de eventos isquêmicos, seriam prevenidos 1-1,5 milhão de óbitos, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral ou procedimentos de revascularização miocárdica em todo o mundo.


Fonte: Revista Brasileira de Hipertensão, volume 7, julho de 2000, por Álvaro Avezum.
Post realizado por: Tainá Vieira Nilson.

Proteção cardiovascular global com telmisartana

           "O controle da hipertensão arterial tem comprovado expressiva redução de desfechos cardiovasculares e renais fatais e não-fatais. Mas será que poderíamos ir além do controle pressórico para alcançarmos maior proteção cardiovascular de hipertensos e indivíduos em mais alto risco?" Assim começou o artigo da revista Hipertensão, datado de dezembro de 2010, do qual segue o resumo. Neste artigo foram discutidas as novas evidências de benefícios do bloqueio do sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA), bem como as atuais estratégias para a redução do risco cardiovascular além do controle pressórico.
O que é proteção cardiovascular?
           Entende-se como proteção cardiovascular e renal as ações que tenham comprovados benefícios na redução da morbidade cardíaca, encefálica, vascular e renal. Entre os mecanismos de controle da hipertensão, o bloqueio do SRAA destaca-se como aquele em que mais benefícios têm sido comprovados à saúde cardiovascular e renal, em diferentes condições clínicas, a saber: controle da hipertensão arterial em todos os estágios e, por consequência, redução de seus graves desfechos associados, como mortes por causas cardiovasculares e gerais, acidentes vasculares cerebrais, infarto do miocárdio (IM) e insuficiência cardíaca (IC); redução da mortalidade em portadores de IC; melhora do prognóstico e sobrevida após IM; redução da hipertrofia ventricular esquerda; redução da proteinúria (excreção de albumina na urina; a albumina é produzisda pelo fígado e é resultante do metabolismo de substâncias proteicas) e menor progressão para doença renal crônica terminal em diabéticos tanto do tipo 1 quanto do tipo 2, assim como em glomerulopatias (doenças que afetam os glomérulos) não-diabéticas; redução da mortalidade, dos desfechos cardíacos e do acidente vascular cerebral em indivíduos com múltiplos fatores de risco e doença cardiovascular manifesta; redução da incidência de novos casos de diabetes no tratamento de hipertensos.
Novos conhecimentos sobre o SRAA
           Na atualidade, dispõe-se de quatro níveis de inibição do sistema: o bloqueio direto da renina, o da enzima de conversão da angiotensina, o do receptor AT1 da angiotensina 2 e finalmente o bloqueio dos receptores da aldosterona .
           Os bloqueadores do receptor AT1 (BRAs) promovem uma efetiva inibição das ações da angiotensina 2, seja ela formada pela via clássica envolvendo a enzima de conversão, promotora da transformação de angiotensina 1 em 2, seja por outras vias, como a das quimases. Já há evidências de que o bloqueio AT1 possibilite uma maior ativação de outros receptores como o AT2 e AT4, além de um possível estímulo à enzima ECA 2, responsável pela produção de angiotensina 1-7, de ação protetora, propiciando efeitos favoráveis adicionais como vasodilatação, melhora da função endotelial e proteção cardiovascular. Essas propriedades possivelmente estão envolvidas em outros benefícios mais recentemente demonstrados com os BRAs, como redução da rigidez arterial, melhoria da distensibilidade vascular, reversão da disfunção endotelial típica do estado hipertensivo, redução de marcadores inflamatórios e até a atenuação da sensibilidade à insulina com consequente proteção ao desenvolvimento de diabetes. (*maiores informações ao final de texto)
           Entre os bloqueadores do SRAA, os BRAs são os fármacos que reúnem a melhor relação efetividade/tolerabilidade.
           A telmisartana destaca-se, entre as moléculas de sua classe, por ser altamente lipofílica, facilitando a absorção oral, assim como a penetração tecidual e celular, além de uma longa meia-vida, o que propicia sustentadas reduções da pressão arterial por 24 horas ou mais. Em estudos comparativos, a telmisartana promoveu melhor controle tensional que outros agentes anti-hipertensivos (valsartana, losartana, ramipril, perindopril e atenolol), particularmente mais ao fim das 24 horas de administração, proporcionando maior inibição da temida ascensão pressórica matinal. Possui ainda evidências clínicas de efetiva redução da hipertrofia ventricular, diminuição da rigidez arterial e reno-protecão.
           Além disso, a telmisartana modula o receptor γ ativado por proliferadores de peroxissomo (PPARγ), um alvo terapêutico já estabelecido no tratamento da resistência à insulina, diabetes e síndrome metabólica. Nesse, ínterim há evidências de que a ativação de PPARγ ativa a produção de adiponectina* e exerce efeitos anti-inflamatórios, antioxidantes e antiproliferativos nas paredes vasculares, com potencial redução dos riscos de aterosclerose.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Adiponectina , http://pt.wikipedia.org/wiki/Angiotensina_II e Revista Hipertensão, ISSN-1809-4260 de Outubro, Novembro e Dezembro de 2010, Ano 13, Volume 13, Número 4.
Post realizado por: Tainá Vieira Nilson.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Hipertensão - a "epidemia silenciosa"

Em 2007, vários relatórios sobre hipertensão arterial foram apresentados ao Parlamento Europeu, relatando sobre a situação preocupante da doença no continente já naquele ano, fato que pode ser estendido para outras partes do mundo também. Desde então, a instituição vem elaborando estratégias para combater a doença, por meio do incentivo a um estilo de vida mais saudável, da prevenção (ao se identificar as pessoas que estão no grupo de risco, como os fumantes, os alcoólatras e os obesos), do diagnóstico precoce, da consideração das diferenças da doença em homens e mulheres, da implementação de programas de educação pública, do levantamento de dados estatísticos, entre outros.
Um dos motivos que levou a essa preocupação e mobilização foi o fato de a hipertensão arterial estar se mostrando uma verdadeira “epidemia silenciosa”. Na maioria dos casos, não se observam sintomas, e quando estes eventualmente aparecem, são comuns a várias outras doenças, como dor de cabeça, tontura cansaço etc. Sendo assim, quando a pessoa percebe as conseqüências, órgãos vitais podem já estar comprometidos.
Os relatórios dão ênfase também a outras morbidades causadas pela doença quando ela não está sob controle e à sua alta taxa de mortalidade (responsável por quase a metade das mortes na União Européia), o que eleva bastante os gastos com a saúde pública e sobrecarrega os serviços hospitalares. Dentre as doenças citadas, estão:
  1. Cegueira, devido a lesões nos pequenos vasos sanguíneos que abastecem os olhos;
  2. Acidente Vascular Cerebral (AVC), resultante da restrição da irrigação sanguínea no cérebro, podendo causar lesões, comprometimento nas funções neurológicas e até mesmo a morte;
  3. Patologias renais, devido ao aumento da espessura arteriolar ou ao aumento da pressão intraglomerular, causando isquemia e glomeruloesclerose, respectivamente.


Foi destacada ainda a necessidade de tratamento diferencial para a hipertensão arterial às mulheres, de modo a garantir equidade entre os sexos, visto que elas são mais propensas a morrer de AVC e de ataques cardíacos. Isso se deve a uma série de diferenças anatômicas e funcionais entre o coração do homem e da mulher, as quais estão listadas abaixo.
  - O coração feminino tem maior freqüência que o masculino e, por isso, tende a sofrer desgaste maior, aumentando a suscetibilidade a infarto, por exemplo;
  - A grande flexibilidade das artérias coronárias da mulher interfere negativamente na precisão de exames para detecção da ateriosclerose;
  - O calibre das artérias coronárias é menor nas mulheres, o que gera maior propensão a entupimento;
  - Nas mulheres, as placas de gordura tendem a fechar rapidamente as artérias, ao contrário do que ocorre nos homens.


Além disso: os fatores de risco são mais influentes no sexo feminino; a menopausa, a síndrome do ovário policístico e o uso da pílula anticoncepcional deixam a mulher ainda mais desprotegida e os sintomas nelas são mais confusos que neles, retardando o diagnóstico e o tratamento.
Essa iniciativa do Parlamento Europeu demonstra que as pessoas estão cada vez mais conscientes de que a hipertensão arterial é uma doença grave se negligenciada, e demonstra também o reconhecimento pelas autoridades da sua condição de epidemia, visto que atinge aproximadamente 1 bilhão de pessoas no mundo inteiro.

Fontes: http://www.europarl.europa.eu, BBC Brasil, http://www.oswaldocruz.br, http://www.sistemacardiovascular.com e Revista Veja (edição 2215).


Postado por: Amanda de Oliveira

Estudo inédito pretende melhorar o tratamento da hipertensão



   Nós, como alunos de medicina, acreditamos na importância de estarmos sempre atualizados quanto a estudos recentes, afinal essa é a diferença de um bom profissional daquele que pára no tempo e fica apenas com seu conhecimento de faculdade. Com isso, seguiremos com nossos posts voltados para os estudos mais interessantes sobre hipertensão. A seguir, um estudo realizado na parceria do INC e da UFRJ para melhorar o tratamento da hipertensão.


   Estima-se que 30% dos brasileiros sofrem de pressão alta, segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH). A doença afeta mais de 50% das pessoas acima de 60 anos e já atinge 5% das crianças e dos adolescentes no país. Ela é responsável por 40% dos infartos, 80% dos casos de acidentes vasculares cerebrais (derrames) e 25% dos registros de insuficiência renal terminal. Para piorar essa situação, menos da metade (40%) dos hipertensos estão sendo tratados e só 10% têm a pressão arterial corretamente controlada, dizem médicos do Instituto Nacional de Cardiologia (INC), no Rio. Esses dados mostram que o perfil desses pacientes é bem conhecido. Agora, cardiologistas estão iniciando uma pesquisa inédita que vai traçar o perfil de quem não sofre desse mal. 
   O estudo, uma parceria do INC e da UFRJ, acompanha homens e mulheres de 20 a 70 anos e permitirá aos médicos, ao final de quatro anos, comparar os dados de pessoas saudáveis e hipertensas. Os resultados vão possibilitar entender melhor a doença e identificar mais fatores de risco, o que pode mudar a estratégia de tratamento e a sua eficácia.
   "Há anos lidamos com pacientes que apresentam hipertensão resistente a tratamento, e hoje conhecemos bem o perfil antropométrico deles. Se conseguirmos estudar o perfil das pessoas saudáveis, vamos saber mais sobre a importância de cada variável no desenvolvimento da hipertensão" - diz o cardiologista Ivan Cordovil, chefe do Serviço de Hipertensão do INC e coordenador da pesquisa.
   Os autores estimam recrutar para o estudo cem pacientes voluntários no Rio de Janeiro, os chamados normotensos. Segundo o cardiologista Marco Antonio de Mattos, diretor do INC, os indivíduos saudáveis não apresentam os fatores de risco para hipertensão, como herança genética, sedentarismo, obesidade e consumo em excesso de sal na dieta diária. "Em pelo menos 90% dos casos a hipertensão não tem causa específica, mas sim uma série de fatores. Em 10% a doença é decorrente de estreitamento de aorta, aterosclerose da artéria renal e tumor de glândula adrenal, entre outras causas" - explica Mattos.
   Ele lembra que a pratica de exercícios e o consumo de dieta específica ajudam a reduzir os níveis de pressão e são medidas recomendadas a todos. "A perda de peso diminui a pressão arterial sistólica, o maior valor, em pelo menos 5 mmHg; a alimentação rica em frutas, vegetais, cereais e pouca gordura, peixe, frango em mais de 8 mmHg; a restrição de consumo de sal em mais de 2 mmHgMMhg, e a atividade física regular aeróbica em mais de 4 mmHg" - diz o cardiologista. 
   Uma dificuldade no tratamento da hipertensão é que ela pode se tornar resistente e o paciente muitas vezes precisa tomar mais de um comprimido para estabilizar os seus níveis. Além disso, as drogas causam efeitos colaterais indesejáveis como disfunção erétil, tosse seca, inchaço dos pés e dor de cabeça.
"Acredito que um dia o tratamento da hipertensão será individualizado a partir do estudo do genoma dos pacientes. Assim ele será mais eficaz e vamos reduzir os danos colaterais" - afirma Mattos.
Fonte: http://www.sbh.org.br/medica/sbh-na-midia.asp?id=284
Post realizado por Teresa Tristão

Tratamento Medicamentoso

   
   
Objetivos 
   O objetivo primordial do tratamento da hipertensão arterial é a redução da morbidade e da mortalidade cardiovasculares do paciente hipertenso, aumentadas em decorrência dos altos níveis tensionais, sendo utilizadas tanto medidas não-medicamentosas (Como foi falado anteriormente) isoladas como associadas a medicamentos anti-hipertensivos. 
   Assim, os agentes anti-hipertensivos a serem utilizados no tratamento do paciente hipertenso devem permitir não somente a redução dos níveis tensionais, mas também a redução da taxa de eventos mórbidos cardiovasculares fatais e não-fatais. 



Princípios Gerais do Tratamento Medicamentoso


Escolha do Medicamento Anti-Hipertensivo  

   Os medicamentos anti-hipertensivos de uso corrente em nosso meio podem ser divididos em 6 grupos
  • Diuréticos
  • Inibidores adrenérgicos
  • Vasodilatadores diretos
  • Inibidores da enzima conversora da angiotensina
  • Antagonistas dos canais de cálcio
  • Antagonistas do receptor da angiotensina II





Diuréticos 
   O mecanismo anti-hipertensivo dos diuréticos está relacionado, numa primeira fase, à depleção de volume e, a seguir, à redução da resistência vascular periférica decorrente de mecanismos diversos. 
   Provocam o aumento no volume de urina e aumentam a eliminação de eletrólitos como o sódio e o cloro, o que propicia uma redução da pressão arterial.
   Diuréticos de alça: atuam na alça de Henle inibibindo o transporte do sódio aumentando a excreção desses íons aumentando o volume urinário.



Inibidores adrenérgicos  
   Os inibidores adrenérgicos são fármacos que possuem mecanismo de ação central e são divididos em três classes: Bloqueadores de ação central Bloqueadores Alfa Adrenérgicos Betabloqueadores e Bloqueadores de Ação Central.
Vasodilatadores diretos 
   Os medicamentos desse grupo, como a hidralazina e o minoxidil, atuam diretamente sobre a musculatura da parede vascular, promovendo relaxamento muscular com conseqüente vasodilatação e redução da resistência vascular periférica. Em conseqüência da vasodilatação arterial direta, promovem retenção hídrica e taquicardia reflexa, o que contra-indica seu uso como monoterapia, devendo ser utilizados associados a diuréticos e/ou betabloqueadores. 

Inibidores da enzima conversora da angiotensina 
   O mecanismo de ação dessas substâncias é fundamentalmente dependente da inibição da enzima conversora, bloqueando, assim, a transformação da angiotensina I em II no sangue e nos tecidos. São eficazes como monoterapia no tratamento da hipertensão arterial. 

Antagonistas do receptor da angiotensina II 
   Essas drogas antagonizam a ação da angiotensina II por meio do bloqueio específico de seus receptores AT1. São eficazes como monoterapia no tratamento do paciente hipertenso. Em um estudo (ELITE), mostraram-se eficazes na redução da morbidade e da mortalidade de pacientes idosos com insuficiência cardíaca. 


Antagonistas dos canais de cálcio 
   A ação anti-hipertensiva dos antagonistas dos canais de cálcio decorre da redução da resistência vascular periférica por diminuição da concentração de cálcio nas células musculares lisas vasculares. Não obstante o mecanismo final comum, esse grupo de anti-hipertensivos é dividido
em 4 subgrupos, com características químicas e farmacológicas diferentes: fenilalquilaminas (verapamil), benzotiazepinas (diltiazem), diidropiridinas (nifedipina, isradipina, nitrendipina, felodipina, amlodipina, nisoldipina, lacidipina) e antagonistas do canal T (mibefradil). 



Antagonistas dos canais de cálcio
   Os antagonistas dos canais de cálcio agem na angina estável diminuindo a resistência vascular coronariana aumentando assim o fluxo sanguíneo através das coronárias. E através da redução da pressão arterial e da resistência vascular sistêmica melhoram a oxigenação do miocárdio.
Esquemas Terapêuticos  
   O tratamento deve ser individualizado e a escolha inicial do medicamento como monoterapia deve basear-se no mecanismo fisiopatogênico predominante, nas características individuais, nas doenças associadas, nas condições socioeconômicas e na capacidade de o medicamento influir sobre a morbidade e a mortalidade cardiovasculares.
Fluxograma para o tratamento da hipertensão arterial  
 


Monoterapia inicial 
Diuréticos 
Betabloqueadores 
Antagonistas dos canais de cálcio 
Inibidores da enzima conversora da angiotensina 
Antagonistas do receptor da angiotensina II





 ⇓ 




Resposta inadequada ou efeitos adversos 






Aumentar
a dose
OU
Adicionar a
segunda droga

OU
Substituir a
Monoterapia


 ⇓ 




Resposta inadequada 





?




Adicionar a segunda ou a terceira drogas 







  • O medicamento deve ser eficaz por via oral 
  • Deve ser bem tolerado 
  • Deve permitir a administração do menor número possível de tomadas diárias, com preferência para aqueles com posologia de dose única diária 
  • O tratamento deve ser iniciado com as menores doses efetivas preconizadas para cada situação clínica, podendo ser aumentadas gradativamente e/ou associar-se a outro hipotensor de classe farmacológica diferente (deve-se levar em conta que quanto maior a dose, maiores são as probabilidades de surgirem efeitos indesejáveis) 
  • Respeitar um período mínimo de 4 semanas para se proceder o aumento da dose e ou a associação de drogas, salvo em situações especiais 
  • Instruir o paciente sobre a doença, sobre os efeitos colaterais dos medicamentos utilizados e sobre a planificação e os objetivos terapêuticos 
  • Considerar as condições socioeconômicas  
Fonte: III Congresso Brasileiro de Hipertensão Arterial,