quinta-feira, 14 de julho de 2011

Watch N'AsK

Porque ocorre vasodilatação após exercícios físicos de médio esforço? De que forma isso ocorre, bioquimicamente?

         Depois de qualquer exercício físico, o reflexo baroceptor está agindo, isto é, sua pressão vai estar abaixando pela vasodilatação das arteríolas do corpo, diminuição dos batimentos cardíacos, e ambos por sinais que os receptores baroceptores (encontrados na aorta e na carótida interna) enviam ao sistema nervoso autônomo.
         Também há a sensibilização dos receptores beta adrenérgicos após os exercícios físicos (a adrenalina, quando se liga ao recetor beta adrenergico,  age  como vasodilatador).

http://bioquimicadahipertensao2011.blogspot.com/2011/05/regulacao-neural-da-circulacao-e-o.html
Aqui vocês encontrarão referencias  sobre o assunto.

Post realizado por: Teresa Tristão.

Como o estresse afeta a pressão sanguínea? Quais reações são envolvidas nessa situação?

         O estresse mental ou psicológico ocorre cotidianamente em nossas vidas e a capacidade de reagir motora e fisiologicamente é uma resposta natural e necessária. Entretanto, a reatividade exacerbada ao estresse mental identifica indivíduos sob maior risco de desenvolver hipertensão e pode provocar eventos cardiovasculares e morte súbita.
         Além disso, a experiência de situações trágicas tem impacto a longo prazo, aumentando o risco de hipertensão, bem como condições sociais e de trabalho com grande demanda psicológica e baixo poder de decisão, principalmente entre homens com baixo nível socioeconômico.
a magnitude dos efeitos fisiológicos ao estresse depende da interação entre o estímulo e o indivíduo, situações semelhantes podem produzir respostas bastante diversas em pessoas diferentes e no mesmo indivíduo em condições diferentes. Portanto, não basta a percepção subjetiva sobre o estresse para conhecer a reatividade do organismo, é necessário medi-la. Os chamados “testes de estresse mental” têm por objetivo simular situações de estresse mental ou psicológico de forma padronizada e em ambiente controlado sob monitorização hemodinâmica e eletrocardiográfica. A principal utilidade clínica desses testes está ligada ao fato de que respostas exacerbadas de pressão arterial indicam risco aumentado de desenvolvimento de hipertensão arterial.
         A maior ativação do sistema nervoso simpático decorrente do estresse mental leva a aumento dos valores de pressão arterial, redução da perfusão miocárdica, aumento do consumo miocárdico de oxigênio e da instabilidade elétrica cardíaca, precipitando arritmias cardíacas e infarto agudo do miocárdio em indivíduos suscetíveis.

Post realizado por: Daniele Barreto de Lima
Fonte: NOBREGA, Antonio C.L.CASTRO, Renata R. T. SOUZA, Alexandro C. Estresse mental e hipertensão arterial sistêmica. Rev Bras Hipertens vol.14(2): 94-97, 2007

Explique a relação entre a ingestão de viagra e hipertensão arterial como um dos possíveis efeitos colaterais.

         Em primeiro lugar, é importante ressaltar que a hipertensão não constitui um efeito colateral ao uso do Citrato de Sildenafil, comercializado como Viagra, mas sim um fator de risco ao seu uso. 
         Como um dos efeitos colaterais, aquele relacionado à pressão arterial é a hipotensão, ou seja, a redução da pressão arterial. Isso pode ser explicado pelo mecanismo de ação do fármaco, relacionado à ereção e à redução da pressão arterial pulmonar.                                                                                
         Parte do processo fisiológico da ereção envolve o sistema nervoso parassimpático, causando a liberação de óxido nítrico (NO) no corpo cavernoso do pênis. O NO se liga aos receptores da enzima guanilato ciclase, o que resulta em níveis aumentados de guanosina monofosfato cíclica (GMPc), induzindo a musculatura lisa do corpo cavernoso ao relaxamento (causando vasodilatação) e a um consequente influxo maior de sangue.
         O Sildenafil é um potente inibidor seletivo da fosfodiesterase tipo 5 específica do GMPc (PDE5), que é responsável pela degradação do GMPc no corpo cavernoso do pênis. A estrutura molecular do Sildenafil é semelhante a do GMPc e atua como um agente competitivo de ligação da PDE5 no corpo cavernoso, resultando em mais GMPc disponível e, graças à vasodilatação que o GMPc disponível gera, ereções melhores.
         Como o PDE-5 é primariamente distribuído no músculo liso das paredes arteriais dos pulmões e pênis, o Sildenafil age seletivamente em ambas as áreas sem induzir vasodilatação em outras áreas do corpo. Entretanto, por ser um inibidor do PDE-5, ele apresenta potencial hipotensor. É aí que a hipertensão arterial entra: o paciente hipertenso, cujo tratamento medicamentoso está em realização, corre um grave risco de sofrer interações medicamentosas potencializadoras desse potencial hipotensor, estando sujeita às complicações dessa condição, especialmente arritmias cardíacas.   

Resumo da ação do NO na musculatura lisa:
         O NO irá estimular a enzima guanilato ciclase solúvel (GC), e dessa forma a reação da guanosina trifosfato (GTP) em guanosina monofosfato cíclica (cGMP) irá acontecer. Este, por sua vez, estimula a quinase dependente de GMP cíclico (PKG) que por diversos mecanismos promove um relaxamento da musculatura lisa vascular.

         A PKG pode ativar canais de K+, induzindo hiperpolarização, o que encerra os canais de cálcio,  ou estimular a saída de Ca2+ do citoplasma da célula por meio da ativação da bomba de cálcio, o que leva à vasodilatação. A PKG pode, igualmente, diminuir a sensibilidade da maquinaria contrátil ao Ca2+, diminuindo a contração muscular, desfosforilar a cadeia leve de miosina e inibir o influxo de cálcio.





Postado por: Tainá Vieira Nilson.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Vitamina D pode evitar infartos, hipertensão arterial e insuficiencia cardiaca.

   Cientistas americanos acompanharam mais de 30 mil pessoas durante um ano e evidenciaram que a vitamina D pode evitar males que mais matam pessoas no mundo . E aquelas que aumentaram o nível da vitamina no organismo passaram a ter menos hipertensão arterial, insuficiência cardíaca e infarto.
    Ela é encontrada em ovos, cereais, leite, peixes e faz um bem danado. A ciência já comprovou que com a vitamina D os ossos ficam mais fortes. E sem ela há indícios de que ficam maiores os riscos de câncer, diabetes, tuberculose e esclerose múltipla. 
    Postarei aqui o vídeo de uma reportagem realizada pelo Jornal Nacional em 15/03/10. Esse video trata da reportagem supracitada.


Post realizado por Jéssica Lucena Wolff

sábado, 9 de julho de 2011

A associação entre Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus tipo 2



Hipertensão Arterial (HÁ) e Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) são duas doenças crônicas (fazem parte das Doenças Crônicas Não Transmissíveis - DCNT) que ocorrem com muita frequência, constituem sérios problemas de saúde pública e são a primeira causa de hospitalizações no Brasil. Em 2008, a pesquisa Nacional de Amostra de Domicílio (PNAD) mostrou que  14,0% da população brasileira possui Hipertensão e 3,6% sofre de Diabetes.  
HA e DM2 estão constantemente associadas, visto que possuem vários aspectos em comum, como origem, fatores de risco, tratamento não-medicamentoso, algumas complicações e, geralmente, a ausência de sintomas. Além disso, juntamente com a obesidade e a dislipidemia, fazem parte da Síndrome Metabólica, que corresponde a um conjunto de doenças cuja base é a resistência insulínica, segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Por isso, achamos de extrema importância abordar a relação entre elas, após fazermos primeiramente alguns esclarecimentos acerca do Diabetes.
O Diabetes Mellitus do tipo 2 caracteriza-se pela hiperglicemia crônica e por distúrbios no metabolismo de carboidratos, lipídios e proteínas. Decorre de resistência à insulina, causada pelo bloqueio dos receptores de insulina que o excesso de ácidos graxos livres faz, levando a menor captação de glicose pelas células. Isso faz com que o nível de insulina no sangue aumente (hiperinsulinemia), na tentativa de manter a quantidade de glicose sérica normal.
A relação entre ambas as doenças é bem estreita, sendo uma fator de risco para a outra. Por exemplo, o Diabetes tipo 2 pode causar Hipertensão Arterial por meio da hiperinsulinemia (decorrente da resistência à insulina), que estimula o sistema nervoso simpático a promover a vasoconstrição, retém água e sódio nos rins e estimula a proliferação da musculatura lisa da parede arterial (diminuindo o lúmen do vaso), mecanismos que elevam a pressão.
Além dessa reciprocidade, HA e DM2 podem gerar as mesmas complicações: disfunção endotelial, por estímulos físicos e químicos e por estresse oxidativo, respectivamente; aterosclerose, aumentando a adesão da parede vascular e a hemoglobina glicosilada, que facilita a obstrução, respectivamente. As duas também podem ser causadas pelo mesmo fator, como obesidade, que gera insulino-resistência, hiperinsulinemia, e, finalmente, Diabetes e Hipertensão. Vale lembrar ainda que o tratamento não medicamentoso dessas doenças é muito parecido, o qual exige mudanças no estilo de vida, como prática de atividade física e alimentação saudável.



Portanto, Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus devem ser alvo de atenção pela sociedade, principalmente quando juntas, dadas as potenciais complicações que geram quando tratadas, o elevado índice de mortalidade que elas causam e o impacto financeiro que elas têm para as famílias e para o sistema público no mundo inteiro.

Fonte: http://www.endocrino.org.br/sindrome-metabolica/
http://pt.scribd.com/doc/2869658/Manual-de-Hipertensao-Arterial-e-Diabete-Mellitus
http://saude.hsw.uol.com.br/como-a-diabetes-afeta-o-coracao1.htm
http://www.webartigos.com/articles/67757/1/CORRELACAO-DO-DIABETES-TIPO2-HIPERTENSAO-ARTERIAL-E-OBESIDADE-EM-CRIANCAS-E-ADOLESCENTES
http://www.scielo.br/pdf/abem/v46n5/13396.pdf
 http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/7-2/007.pdf
http://189.28.128.100/dab/docs/geral/prevalencia01_2011.pdf


Postado por: Amanda de Oliveira

domingo, 3 de julho de 2011

Hipertensão e Estresse

O estresse mental ou psicológico ocorre cotidianamente em nossas vidas e a capacidade de reagir motora e fisiologicamente é uma resposta natural e necessária. Entretanto, a reatividade exacerbada ao estresse mental identifica indivíduos sob maior risco de desenvolver hipertensão e pode provocar eventos cardiovasculares e morte súbita.
Além disso, a experiência de situações trágicas tem impacto a longo prazo, aumentando o risco de hipertensão, bem como condições sociais e de trabalho com grande demanda psicológica e baixo poder de decisão, principalmente entre homens com baixo nível socioeconômico. A identificação de indivíduos sob maior risco de hipertensão mediante os testes de reatividade cardiovascular ao estresse mental pode colaborar para a implementação de medidas preventivas e terapêuticas.


Respostas complexas que envolvem mudança comportamental e ajustes autonômicos, hemodinâmicos e endócrinos preparam o organismo para enfrentar a ameaça ou o desafio. Portanto, o estresse é um elemento natural da vida e nossa capacidade de reagir do ponto de vista motor e autonômico caracteriza um importante mecanismo homeostático e de sobrevivência. Então, não existe problema no estresse em si, mas na forma com que lidamos com ele.

Considerando que a magnitude dos efeitos fisiológicos ao estresse depende da interação entre o estímulo e o indivíduo, situações semelhantes podem produzir respostas bastante diversas em pessoas diferentes e no mesmo indivíduo em condições diferentes. Portanto, não basta a percepção subjetiva sobre o estresse para conhecer a reatividade do organismo, é necessário medi-la. Os chamados “testes de estresse mental” têm por objetivo simular situações de estresse mental ou psicológico de forma padronizada e em ambiente controlado sob monitorização hemodinâmica e eletrocardiográfica. A principal utilidade clínica desses testes está ligada ao fato de que respostas exacerbadas de pressão arterial indicam risco aumentado de desenvolvimento de hipertensão arterial.

O estresse mental é um conhecido fator capaz de desencadear eventos cardiovasculares como infarto agudo do miocárdio, arritmias malignas e morte súbita. A maior ativação do sistema nervoso simpático decorrente do estresse mental leva a aumento dos valores de pressão arterial, redução da perfusão miocárdica, aumento do consumo miocárdico de oxigênio e da instabilidade elétrica cardíaca, precipitando arritmias cardíacas e infarto agudo do miocárdio em indivíduos suscetíveis.

Daniele Barreto de Lima
Fonte:
NOBREGA, Antonio C.L.CASTRO, Renata R. T. SOUZA, Alexandro C. Estresse mental e hipertensão arterial sistêmica. Rev Bras Hipertens vol.14(2): 94-97, 2007





quarta-feira, 22 de junho de 2011

Diagnóstico da Hipertensão Arterial: novos conceitos e critérios

       Essa é uma das postagens que irão abordar as vídeo-aulas disponibilizadas pelo site da Sociedade Brasileira de Hipertensão, as quais cada uma das integrantes do grupo teve acesso mediante cadastro na situação de estudantes de medicina.
        Na aula inicial,"Diagnóstico da Hipertensão Arterial: novos conceitos e critérios", o Prof. Dr. Décio Mion, conselheiro da Sociedade Brasileira de Hipertensão, ressalta a importância da avaliação da pressão arterial fora do consultório, complementando o diagnóstico de risco mais preciso, além de auxiliar no efeito da medicação ao longo prazo.
        A hipertensão arterial é diagnosticada pela detecção de níveis de pressão arterial elevados obtidos com a medida casual da pressão arterial (PA). A medida da pressão arterial é o elemento-chave para o estabelecimento do diagnóstico e também para avaliação da eficácia do tratamento. Deve ser realizada em toda avaliação de saúde por médicos de qualquer especialidade e demais profissionais de saúde, todos devidamente capacitados, com preparo adequado do paciente, técnica adequada e equipamento calibrado.
        A medida da PA em adultos faz parte das diretrizes de todos os países ,e para isso, os equipamentos para medição devem ser validados e calibrados. A validação se dá quando o  aparelho passa por procedimentos que demonstram que valor que é mostrado pelo aparelho é o valor que seria mostrado por um aparelho de uma coluna de mercúrio obtido por dois observadores treinados. Já a calibração significa que comparado a um gerador de pressão, tem a mesma pressão gerada por esse equipamento.
        Existem diferenças entre as classificações da pressão arterial brasileira ou européia e americana. A maior parte das diretrizes segue a classificação brasileira.Essas diferenças já causaram muita confusão, mas hoje a classificação utilizada já é bem estabelecida.

          O objetivo do uso da tabela de classificação da pressão arterial é identificar pacientes com risco cardiovascular elevado.
         São quatro as possibilidades diagnósticas relativas ao valor de pressão arterial: hipertensos, normotensos, hipertensos do avental branco e hipertensão mascarada.

         Mesmo quando as medições de PA são realizadas
com técnica apropriada e de maneira repetida, podem ocorrer
 duas situações, a hipertensão do avental branco e a
 hipertensão mascarada. Quando se superestima os valores
 de pressão arterial, ocorre a hipertensão do avental branco.
Já quando se subestima os valores de pressão arterial,
 ocorre a hipertensão mascarada.

       Estudos comprovam que medidas de pressão arterial obtidas pelo médico são geralmente maiores que as obtidas por enfermeiras ou pelos próprios pacientes residencialmente.
        Para a maior parte das pessoas, a presença do médico pode ocasionar o aumento da pressão arterial, causando o efeito do avental branco. Afeta mais a umas pessoas que a outras, podendo fazer um paciente normotenso aparentar ser hipertenso, por exemplo. O risco cardiovascular desses pacientes é parecido com o risco daqueles que apresentam normotensão.
        A hipertensão mascarada é justamente o efeito contrário, pois se traduz na pressão normal no consultório e fora desse pressão alta. O risco desses pacientes se aproxima daqueles com hipertensão. Parte do risco se dá porque, em geral, é sugerido ao paciente que volte a consultar sua pressão em 6 meses a um ano.O ideal seria que todos os pacientes pudessem ter sua pressão arterial medida sempre que possível, em ambulatórios ou na sua própria residência.  

       Para chegar a um diagnóstico final confiável, é necessária a medição fora do consultório. Para isso são utilizadas duas técnicas, a MAPA (Medida Residencial da Pressão Arterial) e MRPA (Medida Residencial da Pressão Arterial).
       MAPA é um método automático de medida indireta da pressão arterial durante 24 horas, enquanto o paciente realiza suas atividades rotineiras, inclusive durante o sono.De acordo com a IV diretriz  brasileira de MAPA: “Dentre os parâmetros obtidos pela MAPA,  as médias de pressão arterial são os melhores dados a serem analisados, por apresentarem maiores índices de correlação com diagnóstico, lesão em órgãos-alvo e prognóstico cardiovascular, tendo sido o único parâmetro relacionado a mortalidade.”
        A MAPA possui benefícios inclusive para pacientes que estão sob tratamento da pressão arterial. MAPA ajuda também em diagnósticos de hipertensão do avental branco e hipertensão mascarada, e o prognóstico tem valor nos indivíduos que são hipertensos ou normotensos.
        Atualmente já existem monitores digitais confiáveis que permitem que o paciente faça a monitorização residencial da pressão arterial corretamente.
        Do ponto de vista clínico, a MRPA tem, principalmente, as seguintes indicações:
          • confirmar o diagnóstico de hipertensão arterial;
          • avaliar a eficácia da terapia anti-hipertensiva em diferentes
períodos do dia e ao longo do tempo;
          • estratégia para melhorar a adesão à terapia antihipertensiva
e o controle da pressão arterial.
         Na realidade, evidências acumuladas ao longo dos anos demonstram,com clareza, uma série de vantagens da MRPA em relação à medida de consultório e até mesmo em relação à monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA)

                     As diferentes formas de medição se completam, a do
 consultório( possui a presença de médico apesar de
 possibilitar poucas medições da PA), a ambulatorial ( permite
 um acompanhamento por 24 horas do paciente) e a
residencial ( permite várias medições da PA e apresenta um
 indivíduo mais calmo).

       Ao longo dos anos, foi-se tornando cada vez mais evidente que as medidas de vigília, 24 horas e sono  são mais relacionadas com risco de mortalidade cardiovascular do que a medida no consultório.Vem daí a importância da MAPA e da MRPA.
       Segundo pesquisas, a queda ou não da pressão arterial durante o sono possui valor prognostico importante. Pacientes que não tem esse descenso(queda da pressão arterial) e pressão arterial elevada apresentam 5,37% de  risco de mortalidade cardiovascular do que aqueles que possuem descenso e pressão arterial normal.
        Há muito que se fazer em relação à medida da PA, pois segundo pesquisa realizada pelo Datafolha, ao se entrevistar 483 cardiologistas,nefrologistas e clínicos por telefone, verificou-se  que a média da quantidade de pacientes hipertensos que eram recomendados a fazerem o exame de MAPA era 28%, que é uma porcentagem muito baixo. Evidenciou-se também que apenas 68% dos médicos entrevistados recomendam a seus pacientes hipertensos o procedimento de medir a pressão arterial fora do consultório, em casa ou farmácias por exemplo. Essa pesquisa mostra que ainda há muita coisa a ser mudada para que a população de hipertensos brasileiros tenha um tratamento mais digno e completo.

                      http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/15-4/10-artigo-revisao%20.pdf

Postado por: Jessica Lucena Wolff



domingo, 19 de junho de 2011

Médicos australianos apresentam nova técnica para reduzir hipertensão arterial

   Após anos sem novidades significativas, o tratamento da hipertensão recebeu uma renovação em dezembro de 2010. Cientistas australianos anunciaram os primeiros e bem-sucedidos resultados de uma terapia que usa a radiofrequência para controlar a pressão arterial. Os detalhes da pesquisa que avaliou a técnica foram revelados em um artigo publicado na versão online da prestigiosa revista científica "The Lancet" e logo entusiasmaram os especialistas.
   O método foi aplicado em 106 pacientes. Em comum, eles tinham anos e anos de tratamento sem efeitos definitivos: portavam uma hipertensão resistente até mesmo aos três medicamentos que tomavam, em média, diariamente, havia cinco anos. Em geral, a pressão sistólica do grupo era 17 mmHg, acima dos 12 mmHg recomendados.
   A equipe do Instituto Baker IDI para tratamento do coração e diabetes, em Melbourne, dividiu os pacientes em dois grupos: os integrantes do primeiro grupo foram tratados com a nova técnica e com a medicação tradicional; no segundo grupo, os pacientes só tomaram os remédios.
    Após seis meses, os pesquisadores constataram que 84% dos pacientes tratados com o dispositivo conseguiram reduzir a pressão arterial numa média de 3,4 pontos, enquanto que, no grupo de controle, só 35% deles alcançaram esse resultado.
   A radiofrequência foi usada para neutralizar a atividade dos nervos ligados aos rins. Esses órgãos desempenham papel importante no surgimento e manutenção da hipertensão (rever postagem anterior sobre controle renal) e já se sabia que uma hiperestimulação nervosa na região também está associada ao problema (rever postagem sobre controle neural). Portanto, controlar o funcionamento dessa cadeia nervosa poderia ser uma forma de atacar a doença. Na verdade, a estratégia já havia sido tentada antes, mas cirurgicamente (os nervos foram cortados). Porém, não surtiu efeito.
    A aplicação da radiofrequencia, ao contrário, conseguiu baixar em média em três pontos a pressão arterial dos participantes, em uma única sessão. "Demonstramos que o método é seguro e apresenta efeitos por mais de dois anos", disse Murray Esler, coordenador do trabalho. "Ainda há questões a serem esclarecidas, mas o resultado é animador", complementou Suzanne Otaril, da Universidade do Alabama, nos EUA. Os cientistas preveem que a técnica esteja disponível para os pacientes em geral em 2011. Ela já foi aprovada para ser usada na Europa e, segundo a empresa norte-americana fabricante do aparelho, está sendo negociada a sua aprovação pela FDA, agência que regula esse tipo de procedimento nos EUA.
 

  
  









                                                                     Assista ao vídeo:




 
Fonte: http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1377670-7823-MEDICOS+AUSTRALIANOS+APRESENTAM+NOVA+TECNICA+PARA+REDUZIR+HIPERTENSAO+ARTERIAL,00.html
e revista IstoÉ.
Post realizado por: Tainá Vieira Nilson.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

A saúde da presidente Dilma Rousseff


Como vocês já devem ter se informado, a saúde da presidente Dilma Rousseff não estava nada bem no fim de abril e durante quase todo o mês de maio deste ano. A revista Época do dia 28 de maio de 2011 (edição 680) publicou uma reportagem sobre o estado de saúde da presidente, falando sobre o seu recente quadro de pneumonia, sobre as doenças crônicas que ela tem e revisando o câncer linfático e a gripe suína em 2009.
Nós do blog lemos a referida reportagem e não pudemos deixar de notar que o sistema cardiovascular marcou presença no relatório sobre a saúde da nossa chefe de Estado. Além de precisar tomar anti-hipertensivo às vezes, de usar a coenzima Q-10 (um suplemento de fibras), que protege o coração devido às suas propriedades antioxidantes e de ter apresentado um princípio de trombose na veia cava por um coágulo, Dilma possui outras complicações que interferem no coração ou na pressão arterial (sendo uma delas o diabetes tipo 2, cuja relação com os problemas cardiovasculares abordaremos posteriormente em outra postagem).
Uma das complicações de Dilma é a doença de Hashimoto, que é a causa mais comum de hipotireoidismo e que faz com que sua glândula tireóide quase não produza mais hormônios. Por isso, ela tem que tomar doses diárias de tiroxina (T4), o qual, junto com a triiodotironina (T3), interfere no ritmo cardíaco. Esses hormônios aumentam a capacidade contrátil do miocárdio, por meio por de alterações estruturais na enzima ATPase, envolvida na produção de energia para as células. Alem disso, elevam o metabolismo basal do organismo humano, que gera maior consumo de oxigênio pelos tecidos, garantido por vasodilatação e aumento do débito cardíaco (quantidade de sangue bombeado pelo coração).

A presidente ainda apresenta baixos níveis de potássio e por isso toma o medicamento Slow-K para reverter o problema, visto que o íon potássio protege contra o aumento da pressão e o acidente vascular cerebral. Para explicar tal benefício, vários mecanismos têm sido sugeridos, como a diminuição dos níveis da renina plasmática, a inibição da formação de radicais livres e o aumento da atividade da enzima Na+/K+-ATPase, aumentando a captação celular do potássio e reduzindo o sódio intracelular.
O quadro clínico de Dilma Rousseff nos faz perceber que as doenças cardiovasculares podem atingir a qualquer um, rico ou pobre, feio ou bonito, desempregado ou presidente de um país. Por isso, devemos fazer o que estiver ao nosso alcance para nos prevenirmos e levarmos uma vida saudável, de modo a minimizar os efeitos negativos dessas doenças, se elas ocorrerem, e promover a saúde.

Revista Época (28 de maio edição 680)


Postado por: Amanda de Oliveira