quarta-feira, 1 de junho de 2011

A Genética na Hipertensão Arterial

   A hipertensão arterial pode ser entendida como uma síndrome multifatorial, de patogênese pouco elucidada, na qual interações complexas entre fatores genéticos e ambientais causam elevação sustentada da pressão. Em aproximadamente 90% a 95% dos casos não existe etiologia conhecida ou cura, sendo o controle da pressão arterial obtido por mudanças do estilo de vida e tratamento farmacológico, como já foi falado em outras discussões. O caráter hereditário aparece em 74% dos sujeitos. Dos fatores envolvidos na fisiopatogênese da hipertensão arterial, um terço deles pode ser atribuído a fatores genéticos.
   A teoria predominante sobre a genética na hipertensão arterial é que essa resultaria de uma ou mais anormalidades dentro de um conjunto complexo de sistemas, como o transporte de eletrólitos, os mecanismos de controle simpático e endócrino, cada qual com alterações genéticas em potencial. A ocorrência de alteração em algum desses genes, ou uma combinação de alterações, resultaria na manifestação clínica de hipertensão arterial.
   Contribuindo para essa hipótese, observa-se que a expressão da hipertensão arterial na população, como numa doença poligênica, não se encontra distribuída de forma presente ou ausente, mas de forma contínua, sem limites nítidos entre o normal e o anormal. Estudos realizados na era pré-molecular sugerem que os fatores hereditários contribuem em pelo menos 20 a 50 % da variação da pressão arterial em humanos.
   Quanto à raça, na população adulta, é bem determinado que a hipertensão arterial essencial tem maior prevalência, morbidade e mortalidade nos negros. Na infância, isso ainda não está bem estabelecido. Assim, apesar de a pressão arterial ter uma tendência a ser mais alta em crianças negras do que em brancas, a diferença não parece ser clinicamente relevante, quando se utiliza a correção para o tamanho corporal e o grau de maturação sexual.

Fonte: SALGADO, Cláudia Maria  and  CARVALHAES, João Thomaz de Abreu. Hipertensão arterial na infância. J. Pediatr. (Rio J.) 2003, vol.79, suppl.1, pp. S115-S124. ISSN 0021-7557.Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/jped/v79s1/v79s1a13.pdf
SILVA, Jorge Luis Lima; SOUZA, Solange Lourdes de - Fatores de risco para hipertensão arterial sistêmica versus estilo de vida docente. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 06, n. 03, p. 330-335, 2004. Disponível em http://www.fen.ufg.br/


Daniele Barreto de Lima

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