O Acidente Vascular Cerebral (popularmente conhecido como derrame cerebral), doença até pouco tempo atrás associada a pessoas com idade mais avançada, vem ocorrendo cada vez mais em jovens. Segundo o Datasus (banco de dados do Ministério da Saúde), entre 1998 e 2007, houve crescimento de 64% nas internações por AVC entre homens, e de 41% entre mulheres na faixa de 15 a 34 anos, sendo a maioria casos AVC isquêmico. Tal aumento deve-se ao menor controle dos fatores de risco e ao estilo de vida dessas pessoas.
O AVC caracteriza-se por diminuição na função neurológica devido a uma interrupção no suprimento de sangue ao cérebro e, consequentemente, de oxigênio e nutrientes, o que pode levar a morte das células afetadas ou a lesões. Ele é classificado em dois tipos:
- Isquêmico: provocado por obstrução de uma ou mais artérias por ateromas (placas compostas especialmente de lipídios e tecido fibroso, que se formam na parede dos vasos), trombose (trombo ou coágulo sanguíneo) ou embolia (fragmento que se destacou de um trombo formado em outro local e foi levado para o cérebro através do sangue). Os sintomas são: Perda repentina da força muscular, da visão, dificuldade de comunicação oral, tonturas, formigamento no corpo e alterações da memória;
- Hemorrágico: sangramento cerebral provocado pelo rompimento de um vaso sangüíneo, em virtude de hipertensão arterial, problemas na coagulação do sangue ou traumatismos. Os sintomas são: dor de cabeça, edema cerebral, aumento da pressão intracraniana, náuseas e vômitos.
O aumento do número de casos de AVC em jovens deve-se à negligência aos fatores de risco, muitas vezes devido à vida agitada dos grandes centros urbanos, competitiva, estressante e que carece de hábitos saudáveis. Tais fatores de risco são:
- Hipertensão arterial: pode provocar o rompimento de um vaso sanguíneo, causando AVC hemorrágico;
- Colesterol elevado: na verdade, é a concentração elevada de LDL (lipoproteína de baixa densidade, o “colesterol ruim”), pois ele pode se depositar nas paredes internas das artérias e ser fagocitado por macrófagos, que se acumulam na região. Isso leva ao seu endurecimento da parede vascular e à formação de placas arteriais, que bloqueiam os vasos sanguíneos, provocando aterosclerose (obstrução da artéria) e, consequentemente, AVC;
- Tabagismo;
- Diabetes: acelera a aterosclerose, devido à glicosilação e oxidação de LDL, que se acumula nas paredes vasculares, gerando, como já foi dito, acúmulo de macrófagos;
- Histórico familiar;
- Ingestão de álcool: o consumo excessivo de álcool aumenta a pressão arterial, a agregação plaquetária, endurece as artérias e enrijece o músculo cardíaco, o que eleva o risco de infarto e de derrame. Entretanto, o consumo moderado de álcool parece ter, a longo prazo, um efeito protetor contra AVC, porque diminui a capacidade de coagulação das plaquetas e aumenta a flexibilidade dos vasos sanguíneos;
- Sedentarismo: pede levar a obesidade;
- Obesidade: risco de aterosclerose;
- Estresse: relacionado a casos de AVC isquêmico, por razões ainda não muito claras;
- Consumo de drogas: A cocaína, por exemplo, causa constrição vascular e inibe o seu relaxamento, causa arritmias cardíacas e acelera o ritmo cardíaco, podendo levar à formação de coágulos;
- Dieta com poucas fibras e verduras e muito sal.
Fonte: www1.folha.uol.com.br, http://www.acidentevascularcerebral.com/, www.drauziovarella.com.br, www.eitapiula.net/ciencia/o-que-e-avc-sintomas-e-como-prevenir, www.cdc.gov/alcohol/publications.htm, www.fcsaude.ubi.pt
Postado por: Amanda de Oliveira