terça-feira, 24 de maio de 2011

Hipertensão - a "epidemia silenciosa"

Em 2007, vários relatórios sobre hipertensão arterial foram apresentados ao Parlamento Europeu, relatando sobre a situação preocupante da doença no continente já naquele ano, fato que pode ser estendido para outras partes do mundo também. Desde então, a instituição vem elaborando estratégias para combater a doença, por meio do incentivo a um estilo de vida mais saudável, da prevenção (ao se identificar as pessoas que estão no grupo de risco, como os fumantes, os alcoólatras e os obesos), do diagnóstico precoce, da consideração das diferenças da doença em homens e mulheres, da implementação de programas de educação pública, do levantamento de dados estatísticos, entre outros.
Um dos motivos que levou a essa preocupação e mobilização foi o fato de a hipertensão arterial estar se mostrando uma verdadeira “epidemia silenciosa”. Na maioria dos casos, não se observam sintomas, e quando estes eventualmente aparecem, são comuns a várias outras doenças, como dor de cabeça, tontura cansaço etc. Sendo assim, quando a pessoa percebe as conseqüências, órgãos vitais podem já estar comprometidos.
Os relatórios dão ênfase também a outras morbidades causadas pela doença quando ela não está sob controle e à sua alta taxa de mortalidade (responsável por quase a metade das mortes na União Européia), o que eleva bastante os gastos com a saúde pública e sobrecarrega os serviços hospitalares. Dentre as doenças citadas, estão:
  1. Cegueira, devido a lesões nos pequenos vasos sanguíneos que abastecem os olhos;
  2. Acidente Vascular Cerebral (AVC), resultante da restrição da irrigação sanguínea no cérebro, podendo causar lesões, comprometimento nas funções neurológicas e até mesmo a morte;
  3. Patologias renais, devido ao aumento da espessura arteriolar ou ao aumento da pressão intraglomerular, causando isquemia e glomeruloesclerose, respectivamente.


Foi destacada ainda a necessidade de tratamento diferencial para a hipertensão arterial às mulheres, de modo a garantir equidade entre os sexos, visto que elas são mais propensas a morrer de AVC e de ataques cardíacos. Isso se deve a uma série de diferenças anatômicas e funcionais entre o coração do homem e da mulher, as quais estão listadas abaixo.
  - O coração feminino tem maior freqüência que o masculino e, por isso, tende a sofrer desgaste maior, aumentando a suscetibilidade a infarto, por exemplo;
  - A grande flexibilidade das artérias coronárias da mulher interfere negativamente na precisão de exames para detecção da ateriosclerose;
  - O calibre das artérias coronárias é menor nas mulheres, o que gera maior propensão a entupimento;
  - Nas mulheres, as placas de gordura tendem a fechar rapidamente as artérias, ao contrário do que ocorre nos homens.


Além disso: os fatores de risco são mais influentes no sexo feminino; a menopausa, a síndrome do ovário policístico e o uso da pílula anticoncepcional deixam a mulher ainda mais desprotegida e os sintomas nelas são mais confusos que neles, retardando o diagnóstico e o tratamento.
Essa iniciativa do Parlamento Europeu demonstra que as pessoas estão cada vez mais conscientes de que a hipertensão arterial é uma doença grave se negligenciada, e demonstra também o reconhecimento pelas autoridades da sua condição de epidemia, visto que atinge aproximadamente 1 bilhão de pessoas no mundo inteiro.

Fontes: http://www.europarl.europa.eu, BBC Brasil, http://www.oswaldocruz.br, http://www.sistemacardiovascular.com e Revista Veja (edição 2215).


Postado por: Amanda de Oliveira

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