terça-feira, 24 de maio de 2011

Tratamento Medicamentoso

   
   
Objetivos 
   O objetivo primordial do tratamento da hipertensão arterial é a redução da morbidade e da mortalidade cardiovasculares do paciente hipertenso, aumentadas em decorrência dos altos níveis tensionais, sendo utilizadas tanto medidas não-medicamentosas (Como foi falado anteriormente) isoladas como associadas a medicamentos anti-hipertensivos. 
   Assim, os agentes anti-hipertensivos a serem utilizados no tratamento do paciente hipertenso devem permitir não somente a redução dos níveis tensionais, mas também a redução da taxa de eventos mórbidos cardiovasculares fatais e não-fatais. 



Princípios Gerais do Tratamento Medicamentoso


Escolha do Medicamento Anti-Hipertensivo  

   Os medicamentos anti-hipertensivos de uso corrente em nosso meio podem ser divididos em 6 grupos
  • Diuréticos
  • Inibidores adrenérgicos
  • Vasodilatadores diretos
  • Inibidores da enzima conversora da angiotensina
  • Antagonistas dos canais de cálcio
  • Antagonistas do receptor da angiotensina II





Diuréticos 
   O mecanismo anti-hipertensivo dos diuréticos está relacionado, numa primeira fase, à depleção de volume e, a seguir, à redução da resistência vascular periférica decorrente de mecanismos diversos. 
   Provocam o aumento no volume de urina e aumentam a eliminação de eletrólitos como o sódio e o cloro, o que propicia uma redução da pressão arterial.
   Diuréticos de alça: atuam na alça de Henle inibibindo o transporte do sódio aumentando a excreção desses íons aumentando o volume urinário.



Inibidores adrenérgicos  
   Os inibidores adrenérgicos são fármacos que possuem mecanismo de ação central e são divididos em três classes: Bloqueadores de ação central Bloqueadores Alfa Adrenérgicos Betabloqueadores e Bloqueadores de Ação Central.
Vasodilatadores diretos 
   Os medicamentos desse grupo, como a hidralazina e o minoxidil, atuam diretamente sobre a musculatura da parede vascular, promovendo relaxamento muscular com conseqüente vasodilatação e redução da resistência vascular periférica. Em conseqüência da vasodilatação arterial direta, promovem retenção hídrica e taquicardia reflexa, o que contra-indica seu uso como monoterapia, devendo ser utilizados associados a diuréticos e/ou betabloqueadores. 

Inibidores da enzima conversora da angiotensina 
   O mecanismo de ação dessas substâncias é fundamentalmente dependente da inibição da enzima conversora, bloqueando, assim, a transformação da angiotensina I em II no sangue e nos tecidos. São eficazes como monoterapia no tratamento da hipertensão arterial. 

Antagonistas do receptor da angiotensina II 
   Essas drogas antagonizam a ação da angiotensina II por meio do bloqueio específico de seus receptores AT1. São eficazes como monoterapia no tratamento do paciente hipertenso. Em um estudo (ELITE), mostraram-se eficazes na redução da morbidade e da mortalidade de pacientes idosos com insuficiência cardíaca. 


Antagonistas dos canais de cálcio 
   A ação anti-hipertensiva dos antagonistas dos canais de cálcio decorre da redução da resistência vascular periférica por diminuição da concentração de cálcio nas células musculares lisas vasculares. Não obstante o mecanismo final comum, esse grupo de anti-hipertensivos é dividido
em 4 subgrupos, com características químicas e farmacológicas diferentes: fenilalquilaminas (verapamil), benzotiazepinas (diltiazem), diidropiridinas (nifedipina, isradipina, nitrendipina, felodipina, amlodipina, nisoldipina, lacidipina) e antagonistas do canal T (mibefradil). 



Antagonistas dos canais de cálcio
   Os antagonistas dos canais de cálcio agem na angina estável diminuindo a resistência vascular coronariana aumentando assim o fluxo sanguíneo através das coronárias. E através da redução da pressão arterial e da resistência vascular sistêmica melhoram a oxigenação do miocárdio.
Esquemas Terapêuticos  
   O tratamento deve ser individualizado e a escolha inicial do medicamento como monoterapia deve basear-se no mecanismo fisiopatogênico predominante, nas características individuais, nas doenças associadas, nas condições socioeconômicas e na capacidade de o medicamento influir sobre a morbidade e a mortalidade cardiovasculares.
Fluxograma para o tratamento da hipertensão arterial  
 


Monoterapia inicial 
Diuréticos 
Betabloqueadores 
Antagonistas dos canais de cálcio 
Inibidores da enzima conversora da angiotensina 
Antagonistas do receptor da angiotensina II





 ⇓ 




Resposta inadequada ou efeitos adversos 






Aumentar
a dose
OU
Adicionar a
segunda droga

OU
Substituir a
Monoterapia


 ⇓ 




Resposta inadequada 





?




Adicionar a segunda ou a terceira drogas 







  • O medicamento deve ser eficaz por via oral 
  • Deve ser bem tolerado 
  • Deve permitir a administração do menor número possível de tomadas diárias, com preferência para aqueles com posologia de dose única diária 
  • O tratamento deve ser iniciado com as menores doses efetivas preconizadas para cada situação clínica, podendo ser aumentadas gradativamente e/ou associar-se a outro hipotensor de classe farmacológica diferente (deve-se levar em conta que quanto maior a dose, maiores são as probabilidades de surgirem efeitos indesejáveis) 
  • Respeitar um período mínimo de 4 semanas para se proceder o aumento da dose e ou a associação de drogas, salvo em situações especiais 
  • Instruir o paciente sobre a doença, sobre os efeitos colaterais dos medicamentos utilizados e sobre a planificação e os objetivos terapêuticos 
  • Considerar as condições socioeconômicas  
Fonte: III Congresso Brasileiro de Hipertensão Arterial,  
    

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