Objetivos
O objetivo primordial do tratamento da hipertensão arterial é a redução da morbidade e da mortalidade cardiovasculares do paciente hipertenso, aumentadas em decorrência dos altos níveis tensionais, sendo utilizadas tanto medidas não-medicamentosas (Como foi falado anteriormente) isoladas como associadas a medicamentos anti-hipertensivos.
Assim, os agentes anti-hipertensivos a serem utilizados no tratamento do paciente hipertenso devem permitir não somente a redução dos níveis tensionais, mas também a redução da taxa de eventos mórbidos cardiovasculares fatais e não-fatais.
Princípios Gerais do Tratamento Medicamentoso
Escolha do Medicamento Anti-Hipertensivo
Os medicamentos anti-hipertensivos de uso corrente em nosso meio podem ser divididos em 6 grupos
- Diuréticos
- Inibidores adrenérgicos
- Vasodilatadores diretos
- Inibidores da enzima conversora da angiotensina
- Antagonistas dos canais de cálcio
- Antagonistas do receptor da angiotensina II
Diuréticos
O mecanismo anti-hipertensivo dos diuréticos está relacionado, numa primeira fase, à depleção de volume e, a seguir, à redução da resistência vascular periférica decorrente de mecanismos diversos.
Provocam o aumento no volume de urina e aumentam a eliminação de eletrólitos como o sódio e o cloro, o que propicia uma redução da pressão arterial.
Diuréticos de alça: atuam na alça de Henle inibibindo o transporte do sódio aumentando a excreção desses íons aumentando o volume urinário.
Inibidores adrenérgicos
Os inibidores adrenérgicos são fármacos que possuem mecanismo de ação central e são divididos em três classes: Bloqueadores de ação central Bloqueadores Alfa Adrenérgicos Betabloqueadores e Bloqueadores de Ação Central.
Vasodilatadores diretos
Os medicamentos desse grupo, como a hidralazina e o minoxidil, atuam diretamente sobre a musculatura da parede vascular, promovendo relaxamento muscular com conseqüente vasodilatação e redução da resistência vascular periférica. Em conseqüência da vasodilatação arterial direta, promovem retenção hídrica e taquicardia reflexa, o que contra-indica seu uso como monoterapia, devendo ser utilizados associados a diuréticos e/ou betabloqueadores.
Inibidores da enzima conversora da angiotensina
O mecanismo de ação dessas substâncias é fundamentalmente dependente da inibição da enzima conversora, bloqueando, assim, a transformação da angiotensina I em II no sangue e nos tecidos. São eficazes como monoterapia no tratamento da hipertensão arterial.
Antagonistas do receptor da angiotensina II
Essas drogas antagonizam a ação da angiotensina II por meio do bloqueio específico de seus receptores AT1. São eficazes como monoterapia no tratamento do paciente hipertenso. Em um estudo (ELITE), mostraram-se eficazes na redução da morbidade e da mortalidade de pacientes idosos com insuficiência cardíaca.
Antagonistas dos canais de cálcio
A ação anti-hipertensiva dos antagonistas dos canais de cálcio decorre da redução da resistência vascular periférica por diminuição da concentração de cálcio nas células musculares lisas vasculares. Não obstante o mecanismo final comum, esse grupo de anti-hipertensivos é dividido
em 4 subgrupos, com características químicas e farmacológicas diferentes: fenilalquilaminas (verapamil), benzotiazepinas (diltiazem), diidropiridinas (nifedipina, isradipina, nitrendipina, felodipina, amlodipina, nisoldipina, lacidipina) e antagonistas do canal T (mibefradil).
Antagonistas dos canais de cálcio
Os antagonistas dos canais de cálcio agem na angina estável diminuindo a resistência vascular coronariana aumentando assim o fluxo sanguíneo através das coronárias. E através da redução da pressão arterial e da resistência vascular sistêmica melhoram a oxigenação do miocárdio.
Esquemas Terapêuticos
O tratamento deve ser individualizado e a escolha inicial do medicamento como monoterapia deve basear-se no mecanismo fisiopatogênico predominante, nas características individuais, nas doenças associadas, nas condições socioeconômicas e na capacidade de o medicamento influir sobre a morbidade e a mortalidade cardiovasculares.
Fluxograma para o tratamento da hipertensão arterial | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Fonte: III Congresso Brasileiro de Hipertensão Arterial, |
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